25 novembro 2014
18 novembro 2014
Paro Ano Sai Milhó
Eu já posso até ouvir o coro ensaiado: "xaaaaaaaá! xalaia
laiá! Xalaia laiá! Vamos subir, Esquadrão!".
Bateremos recordes de público. Teremos jogos incríveis contra
times do interior de São Paulo, Minas, Alagoas e Ceará. Clássicos inesquecíveis
em estádios lotados e decorados com as cores e bandeiras tricolores irão chamar
atenção nos noticiários locais e nacionais, quiçá internacionais.
Binha dará entrevistas sensacionais, confirmando o que todo
mundo já sabe, que o Bahia é e sempre será o melhor time do mundo. Nunca se
venderá tantas carteirinhas de sócios como no ano que vem. As lojas do clube viverão lotadas de
torcedores comprando canecos, chaveiros, isqueiros, canetas e roupinhas de bebê
do Bahia.
A ladeira da Fonte se encherá de alegria todas as terças e
sextas, fazendo do meio da semana da capital baiana um verdadeiro carnaval
azul, vermelho e branco. Um fuzuê de alegria tricolor. Vendedores de
churrasquinho terão que se planejar para garantir o estoque.
As cervejas Itaipava ao redor do estádio venderão como água. A
batucada de antes do jogo animará a torcida com versões maravilhosas de musicas
dos Mamonas, Chiclete e Ivete. Trios elétricos estarão de sobreaviso desde o
primeiro jogo - contra o Brasiliense, quem sabe.
Os vendedores de camisas do Bahia ao redor do Dique terão uma
renda espetacular com o aumento da procura dos seus produtos do Paraguai. Quem
precisa da Nike, quando temos aqueles chineses maravilhosos?
A prefeitura terá que organizar e planejar muito bem o serviço
de transporte público para atender a demanda da multidão que se deslocará para
os jogos depois do expediente.
Engarrafamentos inacreditáveis provocarão estresse e impaciência
nos torcedores, que, mesmo cansados e entediados pelo trânsito lento, não
abrirão mão de acompanharem os jogos do Bahia, minha porra.
Os jogos da Arena provocarão matérias incríveis de todos os
telejornais esportivos do país, que reconhecerão a paixão e fidelidade da
torcida tricolor.
Galvão Bueno comentará no Bem Amigos, toda segunda, que o Bahia,
a cada jogo, enche mais e mais o estádio, batendo sucessivos recordes de
público e renda. Vendedores de pipoca dormirão preocupados com um possível ágio
no preço do milho, haja vista o aumento da procura da plateia pelo cereal.
Saudosistas dos roletes de cana e dos saquinhos de amendoim
cozido reclamarão da ausência dessas iguarias no estádio nas resenhas do Bocão.
Marcio Martins e Sinval Vieira terão um aumento absurdo de ouvintes querendo
participar de seus programas, engarrafando as linhas da rádio e provocando
revolta nos que não conseguirem com eles falar.
Os jogadores do Bahia irão estampar capas de jornais e revistas,
ao lado de beldades saradas e sinceramente apaixonadas, do fundo dos seus
sentimentos mais profundos, por presidentes da CBF e afins.
E o Bahia, orgulhosamente, mostrará para o mundo, com a
desenvoltura e inteligência de um time forte e bem estruturado - que preza o
planejamento e modernidade - que muito melhor do que ser rabo de tubarão, é ser
cabeça de bacalhau. Ou de sardinha. Ops...
(Texto de Manno Góes)
16 novembro 2014
Separação
No tribunal, o juiz
entrevista o casal que quer se divorciar:
- Por que é que o senhor quer o divórcio?
- Sua Excelência, a
minha mulher é preguiçosa e péssima dona de casa. E além do mais, estou de saco
cheio de chegar em casa e ver a nossa cama cheia de parasitas.
O magistrado retruca:
- Isso não me parece
ser motivo suficiente para o divórcio!
Virando-se para a mulher, o juiz pergunta:
- E a senhora, o que
tem a dizer?
E ela:
- Senhor juiz, o meu
marido é um ordinário! O senhor não ouviu como ele chamou os meus amigos?
14 novembro 2014
Altão e Baixinho
Os homens mais alto e mais baixo do mundo se encontraram nesta
quinta-feira em Londres, na Inglaterra, em evento do Guinness, livro dos
recordes.
O nepalês Chandra Bahadur
Dangi e o turco Sultan Kosen passaram por nova medição na capital
inglesa, para comemorar o dia do Guinness.
Considerado o mais
baixo do mundo, Chandra Dangi mede 54 centímetros. Já Sultan Kosen, que tem 2,51 metros de altura, é o mais
alto.11 novembro 2014
Casual e Informal
O físico alemão Albert
Einstein e sua esposa iriam
receber em casa um importante político.
A mulher pediu,
então, que Einstein trocasse de roupa, e ele respondeu:
- Se ele quiser me
ver, aqui estou eu. Se ele quiser ver as minhas roupas, abra o armário e mostre
a ele os meus ternos.
09 novembro 2014
Descida da Ladeira
Descida da Ladeira
(Alceu Valença)
Eu só acredito em vento
Que assanha cabeleira
Quebra portas e vidraças
E derruba prateleiras
Se fizer um assobio esquisito
Na descida da ladeira
Quebra portas e vidraças
E derruba prateleiras
Se fizer um assobio esquisito
Na descida da ladeira
Eu só
acredito em chuva
Se molhar minha cadeira
De palhinha na varanda
Minha espreguiçadeira
Se fizer poça na rua
Acredito nessa chuva de peneira
Se molhar minha cadeira
De palhinha na varanda
Minha espreguiçadeira
Se fizer poça na rua
Acredito nessa chuva de peneira
Eu só acredito em lama
Se for escorregadeira
Como casca de banana
Se for escorregadeira
Como casca de banana
Tobogã de fim de feira
Alceu
Valença já não acredita
Na força do vento
Que sopra e não uiva
Na água da chuva
Que cai e não molha
Já perdeu o medo de escorregar
Na força do vento
Que sopra e não uiva
Na água da chuva
Que cai e não molha
Já perdeu o medo de escorregar
07 novembro 2014
Ruy Barbosa
Ruy Barbosa de Oliveira
nasceu em Salvador-BA, no dia 5 de
novembro de 1849 e faleceu em Petrópolis-RJ, no dia 1º de março de 1923. Foi um
grande político brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista,
diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador.
Um dos intelectuais mais brilhantes do
seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da
Primeira República juntamente com Prudente de Morais. Ruy Barbosa atuou na
defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias
individuais. Primeiro Ministro da Fazenda do regime instaurado em novembro de
1889, sua breve e discutida gestão foi marcada pela crise do encilhamento sob a
proposição de reformas modernizadoras da economia. Foi deputado, senador,
ministro e candidato à Presidência da República em duas ocasiões. Notável
orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira
de Letras, sendo presidente entre 1908 e 1919. Como delegado do Brasil na II
Conferência da Paz, em Haia (1907), notabilizou-se pela defesa do princípio da
igualdade dos estados. Sua atuação nessa conferência lhe rendeu o apelido de
"O Águia de Haia". Teve papel decisivo na entrada do Brasil na
Primeira Guerra Mundial. Já no final de sua vida, foi indicado para ser juiz da
Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio, que recusou.
Frases marcantes de Ruy Barbosa:
“A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é o maior elemento da
estabilidade”.
"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto
ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da
virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".
05 novembro 2014
03 novembro 2014
Penalidade Máxima
Muitos anos antes,
diante do artilheiro que bateria o pênalti, ele previra esta tarde interminável
em que seu filho o levava à sepultura.
A bola na marca.
A certeza de que ela
será disparada com força, no canto oposto, rasteira, ou no meio do gol vazio, ou
na sua cara, na sua testa, na boca do estômago.
A imensidão em torno dele, à disposição do artilheiro a apenas
onze metros de distância.
Os segundos arregalam
o pavor.
Bumbos nos tímpanos.
Gongos nos pavilhões.
Zumbido.
Súbito, o punhal da
covardia lambe-lhe a coluna.
Tem então a certeza de que não importa que a bola vá para fora,
ou que bata na trave, ou mesmo que ele a defenda.
Porque está claro que
ali é a pequenez frente ao Universo. A fragilidade encurralada pelo
indestrutível. O transitório domado pelo eterno.
O alvo acocorado e a goela do canhão a onze metros, para acertar
onde queira com a potência que bem entenda.
Não importa se a bola
vai para fora ou se bate na trave ou se ele a defende porque ele haverá de
sempre estar ali, na mesma posição, a alma esfarelando, o corpo apodrecendo, os
estampidos e os gritos, o lance à espera do desfecho agora antevisto.
Percebe que por todos os dias do futuro nenhuma defesa, erro ou
trave impedirá o lance verdadeiro, perfeito, do qual aquele em curso é mera sombra,
arremedo, ensaio.
Sabe então que a bola
branca, gelada e silenciosa permanecerá doravante à sua frente, a ponto de ser
atirada.
E prevê que haverá uma tarde, remota no futuro, em que seu filho
o carregará pálido e gelado, recolhendo-o no chão depois do gol indefensável
como a saraivada de um pelotão de fuzilamento.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)
01 novembro 2014
Positivo, Operante
Aquela ali nem
olha pro jogo. Só no celular. Que absurdo, tá dando mole pro espertinho de
boné. E o maridão do lado, nada. Tá cego. Não tira o olho do campo.
O velhinho ali vem todo domingo. Xinga mais do que todo
mundo. E ainda ensina pros netos. Cada palavrão que eu nem conheço. Vai acabar
morrendo assim, espero que longe daqui. Podia ao menos dar um picolé pro
garoto. Mão de vaca.
“Uuuh!”
É ridículo. Todo mundo de pé. Deve ter sido um chute perigoso.
Adianta levantar?
Só de olhar pra
cara deles eu sei onde está a jogada. Sei que time está atacando mais. Sei se o
jogo é rápido ou lento. Se é bom ou ruim.
Aqueles ali ficam acompanhando o bandeirinha em vez de
olhar o jogo. Ele corre bem aqui atrás de mim. Eles ficam em cima dele, pra
frente e pra trás na arquibancada. Um levantou a mão com uma laranja pra jogar
nele. Quando me viu, disfarçou. Pus a mão no cassetete de leve, sem ameaçar. Tá
quietinho agora.
Tomara que os
bebuns lá em cima não criem confusão. Já teve empurra-empurra. Daqui a pouco
dou um rádio pra pedir reforço.
“Uuuh!”
Caramba, não sai
gol e esse pessoal não desiste. Que graça? Melhor em casa, pela TV. Cerveja,
pipoca, chinelo. Aqui essa barulheira, essa confusão. Ainda arrisca a tomar
porrada.
O de amarelo. Acho que foi nele que desci o porrete no mês
passado. Deixa eu ver. É sim. A marca roxa no braço.
Caramba. É a
segunda bolada que levo na nuca. Esses caras não sabem jogar?
Mais uma e é neles que eu vou descer a mão.
Olha o cara de
boné. Chegou perto dela. Fazendo sinalzinho. A safada ainda sorri. Dá vontade
de avisar o chifrudo. Se bem que merece. Pronto. Passou o número do celular.
Cansei de ver isso. É tudo vagabunda.
“Uuuh!”
Coitado. O da
laranja não tira o olho de mim, morrendo de medo. Finjo que não vejo.
Bem-feito. É pra aprender a respeitar. Ver quem manda.
Intervalo é ruim. O rádio fica essa mistura de chamadas e
informações.
Não entendo
nada. Hein? Prenderam? Segura. Depois do jogo eu vejo. Lá na saleta. Deixa o
cabo com ele. Hein? De leve, sem machucar.
Nem um guaraná eles dão. Nem mexer, nem olhar pra trás.
Nem sentar. Xixi é na farda mesmo. Fede tudo. Ainda bem que ponho proteção.
Ninguém vê o molhado.
“Uuuh!”
Acho que vai ser zero a zero essa droga. Pelo menos estão
atacando mais. Vai acabar saindo gol desse jeito. Podia. O pessoal ficava mais
relaxado.
Cacete. De novo
essa bola. O gandula ainda vem empurrando pra pegar. Vou dar nele, vai ver.
Hein? Repete. Sim. Na saleta, já falei. Tá chiando.
Essa o bandeirinha errou, tenho certeza. Os caras estão
furiosos. Querem matá-lo. O velhinho vai ter um troço de tanto xingar.
Na escuta? É, o
de boné. A menina de bermuda fingiu que está indo ao banheiro. Isso. Ali perto
da grade. Olha ele indo atrás. Pode reter. Não quero confusão aqui. Bobear, dá
morte.
Ainda bem que vi. Mais um pouquinho esses dois acabavam se
agarrando atrás da pilastra.
“Uuuh!”
(Texto de Luiz Guilherme Piva)
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