Pelo texto, o cantor considerava o “Suíno”, apelido do político
à época de aluno, “insuportável”.
A história está contada na página nº 93 de seu livro “Renato
Russo – o filho da Revolução”:
A turma do Marista tem
que preparar apresentação relacionada à música. De imediato Renato avisa:
– O tema do meu grupo
vai ser a história do rock.
Rigoroso na hora de
selecionar os colegas de grupo, ele convida Maria Inês Serra e mais dois ou
três felizardos que se mostraram dispostos a executar a tarefa como ele
planejaria.
Tinha gostado de
trabalhar com Inês em uma pesquisa sobre cantigas de roda – o esforço alheio
representava fator decisivo para a escolha. Deixa claro (a ponto de despertar
antipatia e criar fama de chato) que não carregaria ninguém nas costas. Apesar do pedido de colegas como Geddel Quadros Vieira Lima para entrar
no seu grupo pela garantia de notas altas na avaliação final.
Filho do político
baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho Geddel era um dos palhaços da turma.
Chegava no colégio
dirigindo um Opala verde, o que despertava a atenção das meninas e inveja dos
meninos – que davam o troco chamando-o de “Suíno”. Tinha sempre uma piada na
ponta da língua; as matérias, nem sempre.
– Eu vou ser político!
O jeitão expansivo
garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade.
“Ele é
in-su-por-tá-vel!”, justifica Renato para Maria Inês, dividindo as sílabas de
forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em seu grupo.