05 janeiro 2013

As Profecias


0000 As Profecias
0000 (Raul Seixas/Paulo Coelho)
Tem dias que a gente se sente 
Um pouco, talvez, menos gente 
Um dia daqueles sem graça 
De chuva cair na vidraça 
Um dia qualquer sem pensar 
Sentindo o futuro no ar 
O ar, carregado sutil 
Um dia de maio ou abril 
Sem qualquer amigo do lado 
Sozinho em silêncio calado 
Com uma pergunta na alma 
Por que nessa tarde tão calma 
O tempo parece parado?
Está em qualquer profecia 
Dos sábios que viram o futuro 
Dos loucos que escrevem no muro 
Das telhas dum sonho remoto 
Estouro, explosão, maremoto 
A chama da guerra acesa 
A fome sentada na mesa 
O copo com álcool no bar 
O anjo surgindo do mal 
Os selos de fogo, o eclipse 
Os símbolos do apocalipse 
Os séculos de Nostradamus 
A fuga geral dos ciganos 
Está em qualquer profecia 
Que o mundo se acaba um dia
Um gosto azedo na boca 
A moça que sonha, a louca 
O homem que quer mas esquece 
O mundo do dá ou do desce 
Está em qualquer profecia 
Que o mundo se acaba um dia 
Sem fogo, sem sangue, sem áis 
O mundo dos nossos ancestrais 
Acaba sem guerras mortais 
Sem glórias de Marte ferido 
Sem o estrondo, mas com um gemido
Os selos de fogo, o eclipse 
Os símbolo do apocalipse 
A fuga geral dos ciganos 
Os séculos de Nostradamus
Está em qualquer profecia 
Que o mundo se acaba um dia
Um dia...
Sim, sim, sim...