O jogo seria numa
quarta-feira à noite em São Paulo e coincidia com uma prova que ele teria na
Faculdade no mesmo dia, no período da tarde. Ao constatar o problema foi
comunicar aos dirigentes do Botafogo que não poderia jogar, pois sua prioridade
era o curso de Medicina, e perder a prova significava perder o ano.
De imediato os dirigentes elaboraram uma estratégia, pois ele
era o jogador mais importante do time e sua presença era indispensável.
Combinaram que um taxi o esperaria na saída da Faculdade e assim que ele
terminasse a prova o levaria direto para o estádio (naquela época não havia voo
de Ribeirão para São Paulo).
Quando o taxi chegou
ao Pacaembu, faltavam cerca de 15 minutos para o horário do jogo. O motorista
na frente do estádio pergunta então ao Magrão por onde entrar, ao que ele
responde não ter a menor ideia, pois era a primeira vez que jogaria ali.
Com sua calma habitual, dispensou o motorista, desceu do taxi e
concluiu que só teria uma forma mais rápida de entrar: simplesmente foi até a
bilheteria e comprou uma entrada!
Já dentro do estádio,
localizou o túnel por onde deveria entrar o Botafogo e encostou no alambrado,
no ponto mais próximo.
Ao tentar argumentar com um guarda que precisava entrar, pois
tinha que jogar, ouviu do segurança uma sonora gargalhada! Quando o guarda já
se preparava para pedir reforço para deter aquele grandão maluco, um dirigente
do Botafogo que estava na beira da entrada do túnel finalmente viu o Magrão e
imediatamente orientou: “Pula o alambrado!”
Imaginem a cena; minutos antes de o time entrar em campo, um grandão magro vestido de branco pula o alambrado, acompanhado do olhar estupefato dos guardas e entra correndo túnel abaixo.
Imaginem a cena; minutos antes de o time entrar em campo, um grandão magro vestido de branco pula o alambrado, acompanhado do olhar estupefato dos guardas e entra correndo túnel abaixo.
Nesta hora o time do Botafogo que já estava
no túnel, interrompe a entrada e o Magrão troca de roupa na escada e entra para
jogar sem aquecimento, nem nada.
Perguntado sobre o
resultado do jogo ele respondia que houve empate e ele fez 2 gols! (Na verdade,
ele empatou o jogo em 1 a 1 aos 30 do primeiro tempo, foi substituído,
esfalfado no segundo e o Botinha acabou goleado por 4 a 1).
Para terminar a história, argumentava: “Eu
devia entrar para o Guiness, pois devo ser o único jogador profissional que
pagou para jogar!”
(Texto do Dr. Turíbio Leite de Barros)
Neste
19 de fevereiro de 2014, o saudoso Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza
Vieira de Oliveira, o nosso Dr. Sócrates, completaria 60 anos.