28 janeiro 2015

Martelada

Prêmios de 7 acertos na Timemania – (Cidade do Ganhador)
01) 352 R$ 26,5 milhões (Set/2012; São Paulo-SP)
02) 628 R$ 22,0 milhões (Set/2014; São Gonçalo dos Campos-BA)
03) 552 R$ 16,6 milhões (Mar/2014São Paulo-SP)
04) 585 R$ 13,9 milhões (Jun/2014; Curitiba-PR)
05) 669 R$ 12,2 milhões (Dez/2014; Santos-SP)
06) 141 R$ 11,4 milhões (Set/2010; Americana-SP)
07) 241 R$ 10,6 milhões (Ago/2011; Morada Nova-CE)
08) 069 R$ 09,9 milhões (Jun/2009; Brumado-BA)
09) 427 R$ 09,6 milhões (Mai/2013; São Paulo-SP)
09) 427 R$ 09,6 milhões (Mai/2013; Sumaré-SP)
11) 098 R$ 08,0 milhões (Jan/2010Cambuquira-MG)
12) 373 R$ 08,0 milhões (Dez/2012; São Paulo-SP)
13) 016 R$ 07,8 milhões (Jun/2008; Salvador-BA)
14) 270 R$ 07,6 milhões (Dez/2011; Belo Horizonte-MG)
15) 172 R$ 07,1 milhões (Dez/2010Goiânia-GO)
16) 203 R$ 06,8 milhões (Abr/2011Recife-PE)
17) 299 R$ 06,4 milhões (Mar/2012; São Bernardo do Campo-SP)
18) 479 R$ 05,4 milhões (Set/2013; Curitiba-PR)
19) 029 R$ 04,4 milhões (Set/2008Santo André-SP)
20) 681 R$ 04,2 milhões (Jan/2015Correntina-BA)
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26 janeiro 2015

Ex-Magro

Ficou gordo. Massudo. Suplementos o deixaram parecido com um rinoceronte.
Ou, visto de longe, um hipopótamo.
Agora está ali, chorando, sem poder falar, com os cotovelos na mesa e as mãos na testa, pulando com os soluços.
Fica ouvindo os chamados: “pai! pai!”, “vem jogar mais bola!”, “vem, pai!”.
A voz do menino de cinco anos, com quem estava brincando há pouco, driblando, chutando, abraçando, jogando pro alto, gritando gol, derramou-lhe o choro e, repetida, aumentada, o inunda.
A última vez que chorou assim foi há uns quarenta anos, criança, e nem se lembra do motivo. Sabe que era numa pelada e que estava com o primo inseparável por toda a infância, com quem então se parecia fisicamente, do qual se distanciou há uns trinta anos e de cuja morte tivera notícia há menos de dois anos, o que o deixara bestificado.
E do qual o menino, viajando em férias, na casa da avó, vizinha à sua, é filho.
Brincou com ele como tio. Mas o menino, agora, chamando-o para voltar, fala pai.
Espia e o vê, pequenino, com a bola na mão, chamando.
Imóvel na mesa, chorando, encolhe, afina, esvazia.
Visto assim, de perto, lembra um Louva-a-deus.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

23 janeiro 2015

Futebol de Rua

Aqueles trapos, nas portas de banco, sob viadutos, nas praças, nem cor têm. Garrafas, barbas, sacos de pano, papelões, jornais, arames, caixas, latas, crianças, piaçabas, cacos, paus, galões, merda, pregos, cachorros, mosquitos e eles misturados a tudo, um único garrancho.
De tardinha socam uns panos e papeis numa meia ou cueca, amarram e usam os arbustos ou portas ou postes ou carros como traves, aos cavacos, caneladas, tombos, xingamentos, uns caem e sangram e ficam rindo sem dentes, se amontoam se sai gol, aos trambolhões, soltam cheiros, gritos, suores, até ficar de noite e sumirem no marrom, no cinza, no preto...
Fica assim de gente vendo.
Torcendo.
Até batem palma dependendo da jogada.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

20 janeiro 2015

Propagandista

- Você comeria a carne do Tony Ramos?
- De jeito nenhum. Deve ter muito pelo. Já pensou o tempo de fio dental para tirar o monte de fios dos vãos dos dentes?
- Dizem que ele ganhou R$ 5 milhões para você comer a carne dele.
- Traseiro ou dianteiro? Coxão mole ou coxão duro? Picanha ou maminha? O cara já passou da idade da fraldinha e ainda não usa fraldão.
- Parece que ele convenceu muita gente.
- O cachê dá para comprar quantos quilos de carne?
- Acho que ele vai poder fazer churrasco para o resto da vida.

- E o peru da Fátima Bernardes? Você comeu no Natal?
- Nada. Você não viu que ele continuou na bancada do JN?
- As piadas hoje estão abaixo da crítica. Você não tem vergonha?
- Eu não. Sou como o Rubinho. Quero ver se ganho dinheiro sendo motivo de piada.
- Ouvi dizer que ele embolsou R$ 400 mil pela autodepreciação.
- Acho um ótimo negócio. O cara já era alvo de chacota sem ganhar nada com isso.
- Será que ele foi lento para analisar o contrato de propaganda?
- Pediu um tempo para dar voltas e aquecer os pneus do cérebro.
- Outra piada ruim. Voltando a Fátima, ela não ganhava nada de propaganda quando propagandeava más notícias no JN, agora que faz um programa a que pouca gente presta atenção, está deixando a poupança polpuda.
- Por que tantos pês na mesma frase?
- Para parecer que penso.
- Chega de aliteração, vamos juntar Tony e Fátima. Quem é que compra tanta carne, tanta salsicha?
- Pessoas perdulárias que não poupam.
- Letras pê de novo!
- É que acabo de ver a Pitanga na página do periódico. Esses pês não param de pipocar.
- Que Pitanga?
- A perfeita Camila.
- Você depositaria na poupança dela?
- Precisa perguntar? Papagaio!
- Estou falando da Caixa.
- Pena!

16 janeiro 2015

Time do Céu

Foi há muito tempo.
E por acaso.
Aconteceu aos poucos. Uns de fora, outros dos aspirantes e alguns que com o tempo pediram pra não usarem os apelidos – e com razão: “Bostinha”, “Três-pernas”, “Defunto” e “Burrão”, dizem, são só alguns exemplos publicáveis.
Quando se viu, o time da cidade tinha, em dado período, Jesus, Moisés, Jeová, Abrão, Isáqui, Ismael, Oziris, David, Dionísio, Marramédi e o goleiro Brahma (o único que manteve o apelido, derivado do hábito alcoólico e do número da camisa). Sem contar o massagista, que, careca e gordo, ganhou o epíteto de Buda. Faltava só um Kardec – fisicamente, ao menos.
O time inspirava respeito. Porque era bom e porque todos evitavam ofender os jogadores. Nunca se ouviu um “vai tomar no …, … (um dos nomes acima)!”.
Poderia até ter feito história.
Mas durou pouco.
Quase não há registro.
Há alguns recortes marrons incompletos. Uma foto sem identificação dos jogadores na casa do avô do dono do bar. Mas muitos oralmente repassam a verdade ou a lenda – contando com a fé dos ouvintes.
É o meu caso, que reproduzo tal como ouvi de um deles.
A parte principal é a do jogo decisivo em que o time estava tomando um passeio de, digamos, 6 a 1.
Perplexa, sem ter como reagir, a torcida resolveu rezar, orar, suplicar, rogar, implorar, prometer, pedir, meditar – em suma, usar todas as formas que eles conhecessem de lançar suas preces para virar o placar nas religiões evocadas pelos nomes dos jogadores.
De joelhos. Mãos postas. Olhos fechados. Mãos elevadas. Sinais. Ritos. Balbucios. Até umas velas e imagens foram registradas.
Muitos perceberam que aquilo era estranho. Que a imaginação e o desejo confundiram a razão das pessoas. Mas aderiram, porque a humilhação era grande e não custava tentar.
Mas não só não adiantou como no meio do segundo tempo um dos jogadores, irritado com os demais, esbravejou e fez um gol contra de propósito: 7 a 1!
Há versões para todos os gostos e orientações quanto a quem teria cometido o ato.
O certo é que, em meio ao sagrado e transcendental silêncio – as mãos unidas, as faces pro céu – dos presentes, quebrou o maior pau.
No próprio time. Porrada, ofensa, chave de braço, cutelada, gravata, balão, pontapé, areia no rosto, unhada, joelhada na costela – o espanto dos adversários e dos torcedores impediu qualquer intervenção. A violência aumentava mais e mais e parecia que não ia parar.
Mas parou. Foi parando, parando, parando e parou.
Mas ali acabou o time.
Todos foram embora. Ninguém falou do assunto por muito tempo.
E só recentemente é que o episódio ganhou curso, com lembranças ou ilusões que um veterano torcedor externou num evento qualquer.
Muitos ainda garantem que é mentira.
Eu acredito.
Vocês, só se quiserem.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

14 janeiro 2015

Craque do Ano

vdk00 - Melhor jogadora do Futebol Feminino:
vdk13 - 2001 - Mia Hamm (Estados Unidos)
vdk12 - 2002 - Mia Hamm (Estados Unidos)
vdk11 - 2003 - Brigit Prinz (Alemanha)
vdk10 - 2004 - Brigit Prinz (Alemanha)
vdk09 - 2005 - Brigit Prinz (Alemanha)
vdk08 - 2006 - Marta (Brasil)
vdk07 - 2007 - Marta (Brasil)
vdk06 - 2008 - Marta (Brasil)
vdk05 - 2009 - Marta (Brasil)
vdk04 - 2010 - Marta (Brasil)
vdk03 -
 2011 - Homare Sawa (Japão)
vdk02 - 2012 - Abby Wambach (Estados Unidos)
vdk01 - 2013 - Nadine Angerer (Alemanha)
vdk02 - 2014 - Nadine Kessler (Alemanha)