29 janeiro 2016

25 janeiro 2016

Cartas Anônimas

As cartas voltaram à moda – ao menos ao noticiário.
Mas são cartas diferentes das cartas de outra época, classicamente relacionadas a amor e saudades.
Como a da história que o Tostão contou há tempos.
Um colega dele do Cruzeiro ou da Seleção, que não sabia escrever, pediu-lhe, numa excursão longa à Europa, que escrevesse uma carta à amada no Brasil.
O Tostão prontificou-se e, caneta e papel em mãos, esperou o ditado. Houve um longo silêncio e o colega então pediu: “escreve umas coisas bonitas, que falem assim de estrelas, de eternidade”.
Muitas cartas de amor eram anônimas. Como as que, numa cidadezinha do interior, um goleiro começou a receber.
Toda semana o vigia do campo lhe trazia o envelope deixado sob o portão.
Declarações de amor, promessas, elogios, suspiros – e até, talvez, estrelas e eternidade.
Cartas com perfume. Com desenhinhos de coração. Com a letra bordada.
Diziam sempre que a autora estaria no próximo jogo só para vê-lo.
Ele passava o jogo olhando pro alambrado, pros degraus da torcida, pra laje atrás do seu gol, tentando achar um rosto, um sorriso, um olhar que denunciassem a missivista.
Nada.
Sofria a cada jogo.
A consequência é que os gols tomados aumentaram.
Todo jogo uma ou duas falhas.
Acabou afastado do time titular.
E as cartas cessaram.
No banco de reservas, seguia a busca com os olhos, agora mais agoniado.
Perguntava ao vigia, mas nenhum envelope chegava.
Até que chegou uma. Mas o vigia lhe disse que era para o novo goleiro titular. Ele a arrancou das mãos do vigia, abriu e leu: a mesma letra, as mesmas palavras, o mesmo perfume, os coraçõezinhos, as juras, as declarações.
Uma punhalada.
Mas deduziu que, de duas, uma: ou a autora gostava mesmo é de goleiro em ação, ou alguém, adversário, fazia aquilo para distraí-los.
Deixou as novas cartas chegarem ao seu substituto. Que, do mesmo modo, começou a tomar gols fáceis e perdeu a posição.
De volta ao gol titular, proibiu o vigia de lhe entregar as cartas que chegassem. Era pra rasgar e queimar – “para não sofrer mais”, disse.
E nunca mais saiu do time.
Mas até hoje sente uma saudade imensa daquelas palavras, daquele perfume, daqueles desenhos.
À noite, relê as cartas antigas e fica, comovido, olhando as estrelas e pensando na eternidade.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

23 janeiro 2016

Pioneiros

000 Primeiros Patrocínios do Futebol Brasileiro: 000
001 BotafogoAtlantic (Combustíveis) – 1985
002 Atlético MineiroCredireal (Banco) – 1982
003 CorinthiansBombril (Lã de aço) – 1982
004 CruzeiroMedradão (Supermercado) – 1984
005 Flamengo Lubrax (Lubrificantes) – 1984
006 FluminenseMondaine (Relógios) – 1984
007 GrêmioOlympikus (Artigos Esportivos) – 1982
008 InternacionalAplub (Previdência Privada) – 1983
009 Palmeiras Bandeirantes (Seguros) – 1983
010 Santos Casas Bahia (Rede de Varejo) – 1983
011 São PauloCofap (Amortecedores) – 1982
012 Vasco Bandeirantes (Seguros) – 1983

21 janeiro 2016

Formato Inusitado

A cidade de Chiayi, em Taiwan, ganhou uma igreja no formato de um sapato de salto alto.
A estrutura de vidro azul levou três meses para ficar pronta, a um custo de US$ 685 mil.
Ela tem cerca de 17 metros de altura e 11 metros de comprimento.
A inauguração deve ocorrer em fevereiro, antes do Ano Novo Lunar.
A ideia é usar a igreja para casamentos e para fotografias, mas não para serviços religiosos normais.

19 janeiro 2016

Futebol Imaginário

Proibiram o bate-bola do intervalo.
Era num espaçozinho ao lado da cantina, com uma dente-de-leite furada que ficava guardada no quartinho de limpeza.
Uns seis ou oito alunos sempre se juntavam e jogavam bobinho, controle, chute a gol (desenhado com giz na parede) ou todos contra todos, simplesmente cada um por si driblando, correndo, chutando.
Alegaram barulho. Um vidro quebrado na sala do bedel. Atropelos de outros alunos. Duas meninas reclamaram de terem sido atingidas pela bola – uma delas teve os óculos entortados.
Proibiram. E sumiram com a bola.
Ficaram perdidos por uns dias. Mãos nos bolsos, conversa fiada, o intervalo sem graça, sem fim, sem sentido.
Até que – nenhum deles lembra por que nem como – começaram a jogar sem bola.
Como no “air guitar”.
Todos os dias. No mesmo local, ao lado da cantina.
Moviam-se, tocavam, controlavam com os pés e a cabeça, driblavam, chutavam a gol, tudo como se houvesse de fato a bola entre eles.
Não fingiam. Jogavam mesmo.
Sabiam os percursos da bola, as sequências, o balé que os lances produziam, as posições do corpo, os olhares, a geometria dos passes, o novelo dos dribles, os pesos, as medidas, tudo – de modo tão autêntico que faziam crer que, quando havia a bola, ela era só coadjuvante, prescindível ao jogo que eles jogavam.
Transformavam o ato real de jogar com a bola em mímica, ao avesso do jogo de verdade, que era aquele que desenhavam somente com seus corpos e a bola invisível.
Os outros ficavam olhando. Aliás, ficava todo o resto do colégio olhando. Alunos, professores, funcionários e quem mais ali estivesse.
No início com estranhamento. Rindo um pouco. Depois, com interesse.
Com o tempo, já seguindo os lances, torcendo, orientando as jogadas, lamentando ou comemorando um lance.
Às vezes até protegiam o rosto e o corpo quando a bola imaginária aparentava vir na sua direção.
E eles, jogando, nem percebiam que eram objeto de observação.
Saíam suados, comentando as jogadas, discutindo por um lance, vibrando.
Alguém na diretoria achou que o transtorno estava maior do que quando eles usavam a bola. Convenceu os demais e deixaram, cedinho, a velha dente-de-leite no pátio, no espaçozinho ao lado da cantina.
No intervalo, eles chegaram e a viram. Olharam-se.
A turma, enorme, na assistência, muda, frustrada com o provável fim do show diário, começou a se dispersar, cada um para seu canto.
Eles pegaram a bola, começaram as embaixadas, os chutinhos, os dribles e retomaram seu antigo jogo real.
Mas, numa parada momentânea, para amarrar o tênis, um deles viu e apontou pra os outros: todo o resto do colégio, em grupos grandes e pequenos, jogava o futebol imaginário que eles haviam jogado nas últimas semanas.
Rodinhas, bolinhos, duplas, times, correrias, meninas, meninos e funcionários, até o bedel sozinho simulando embaixadas – o colégio todo praticava o jogo sem bola, com movimentos, chutes, passes, dribles, trocas de passes e todo o repertório que o corpo sabe usar para jogar bola, havendo ou não alguma para ser jogada.
Eles pararam, deixaram a dente-de-leite no canto e ficaram assistindo aquelas dezenas de jogadores enchendo o pátio com a dança e os sons do futebol.
Como num show em que toda a plateia de repente começasse a tocar no ar a mesma música que o artista solava sozinho no palco numa guitarra imaginária.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

17 janeiro 2016

O Troco

Um milionário, de passagem por São Paulo, entra no luxuosíssimo restaurante e senta no piano bar.
Chama o Chef, pede uma dose de uísque Royal Salute e reserva uma mesa para jantar.
Após a quarta dose indica ao Chef que irá para a mesa, sendo atendido prontamente.
Sentado, consultando o menu sem preços, se surpreende quando o Chef, em pé ao seu lado diz:
- Doutor, é política da casa informar aos clientes o valor das contas separadas da mesa, no seu caso a do piano bar: sua despesa foi de R$ 0,60.
- Acho que houve um engano. Eu tomei quatro doses de Royal Salute.
- Com todo o respeito, nós nunca nos enganamos: quatro doses a 0,15 centavos cada dá exatamente 0,60 centavos.
- Tudo bem, não quero discutir, vamos à comida, anote, por favor...
- Sim senhor. O que gostaria de comer?
- De entrada, eu quero caviar da Ucrânia com lentilhas finlandesas; depois Salmão da Escandinávia com recheio de gengibre sul-africano e batatas inglesas douradas em queijo de cabras francesas. Ah! E para beber, um Rotchilld safra 1891.
- Ótima escolha Doutor, mas cabe a mim como chef, alertá-lo que isso ficará um pouco caro.
- Olha amigo, primeiro eu não perguntei o preço e, segundo, estou achando que isso aqui é uma casa de malucos, mas já que você quer, fale.
- Pois não Doutor, o seu pedido vai ficar em R$ 9,50.
- Você está querendo me sacanear? Cadê o dono dessa espelunca?
- Está lá em casa com a minha mulher.
- E o que é que ele está fazendo em sua casa com a sua mulher?
- O mesmo que eu estou fazendo aqui com o restaurante dele...

13 janeiro 2016

Bola de Ouro

Brasileiros no prêmio Bola de Ouro da Fifa:
001 1991
000º - Nenhum
002 1992
000º - Nenhum
003 1993
02º – Romário, atacante, PSV Eindhoven-HOL e Barcelona-ESP
07º – Bebeto, atacante, La Coruña-ESP
10º – Raí, meia, São Paulo e Paris Saint-Germain-FRA
004 1994
01º – Romário, atacante, Barcelona-ESP
06º – Bebeto, atacante, La Coruña-ESP
08º – Dunga, volante, Stuttgart-ALE
0 – Mauro Silva, volante, La Coruña-ESP
005 1995
04º – Romário, atacante, Flamengo
08º – Juninho Paulista, Middlesbrough-ING
006 1996
01º – Ronaldo, atacante, PSV Eindhoven-HOL e Barcelona-ESP
10º – Romário, atacante, Flamengo e Valencia-ESP
007 1997
01º – Ronaldo, atacante, Barcelona-ESP e Internazionale-ITA
02º – Roberto Carlos, lateral-esquerdo, Internazionale-ITA e Real Madrid
10º – Leonardo, lateral-esquerdo/meia, Paris Saint-Germain e Milan-ITA
008 1998
02º – Ronaldo, atacante, Internazionale-ITA
06º – Rivaldo, meia, Barcelona-ESP
009 1999
01º – Rivaldo, meia, Barcelona-ESP
010 2000
03º – Rivaldo, meia, Barcelona-ESP
011 2001
05º – Rivaldo, meia, Barcelona-ESP
15º – Roberto Carlos, lateral-esquerdo, Real Madrid-ESP
27º – Élber, atacante, Bayern Munique-ALE
012 2002
01º – Ronaldo, atacante, Internazionale-ITA e Real Madrid-ESP
04º – Roberto Carlos, lateral-esquerdo, Real Madrid-ESP
05º – Rivaldo, meia, Barcelona-ESP e Milan-ITA
013 2003
03º – Ronaldo, atacante, Real Madrid-ITA
05º – Roberto Carlos, lateral-esquerdo, Real Madrid-ESP
014 2004
01º – Ronaldinho Gaúcho, meia, Barcelona-ESP
06º – Adriano, atacante, Internazionale-ITA
07º – Ronaldo, atacante, Real Madrid-ESP
08º – Deco, meia, Porto-POR/Barcelona-ESP
10º – Kaká, meia, Milan-ITA
21º – Roberto Carlos, lateral-esquerdo, Real Madrid-ESP
27º – Cafu, lateral direito, Milan-ITA
015 2005
01º – Ronaldinho Gaúcho, meia, Barcelona-ESP
05º – Adriano, atacante, Internazionale-ITA
08º – Kaká, meia, Milan-ITA
10º – Ronaldo, atacante, Real Madrid-ESP
15º – Deco, meia, Barcelona-ESP
17º – Robinho, atacante, Santos/Real Madrid-ESP
25º – Cafu, lateral direito, Milan-ITA
26º – Roberto Carlos, lateral-esquerdo, Real Madrid-ESP
016 2006
03º – Ronaldinho Gaúcho, meia, Barcelona-ESP
07º – Kaká, meia, Milan-ITA
15º – Deco, meia, Barcelona-ESP
29º – Adriano, atacante, Internazionale-ITA
017 2007
01º – Kaká, meia, Milan-ITA
05º – Ronaldinho Gaúcho, meia, Barcelona-ESP
20º – Deco, meia, Barcelona-ESP
21º – Juninho Pernambucano, meia, Lyon-FRA
018 2008
04º – Kaká, meia, Milan-ITA
23º – Deco, meia, Barcelona-ESP
019 2009
04º – Kaká, meia, Milan-ITA
19º – Diego, meia, Werder Bremen-ALE/Juventus-ITA
23º – Luis Fabiano, atacante, Sevilla-ESP
020 2010
17º – Maicon, lateral-direito, Internazionale-ITA
19º – Júlio César, goleiro, Internazionale-ITA
23º – Daniel Alves, lateral-direito, Barcelona-ESP 
021 2011
10º – Neymar, atacante, Santos
19º – Daniel Alves, lateral-direito, Barcelona-ESP
022 2012
13º – Neymar, atacante, Santos
023 2013
05º – Neymar, atacante, Santos/ Barcelona-ESP
21º – Thiago Silva, zagueiro, Paris Saint-Germain-FRA
024 2014
07º – Neymar, atacante, Barcelona-ESP
11º – Diego Costa, atacante, Atlético de Madri/Chelsea-ING
025 2015
03º – Neymar, atacante, Barcelona-ESP

12 janeiro 2016

10 janeiro 2016

Bahia da Sorte

00) Prêmios de 7 acertos na Timemania para a Bahia:
01) Concurso 628 – Setembro/2014:
01) R$ 22.077.129,12 – São Gonçalo dos Campos
02) Concurso 069 – Junho/2009:
02) R$ 9.952.081,77 – Brumado
03) Concurso 016 – Junho/2008:
03) R$ 7.818.108,56 – Salvador
04) Concurso 681 – Janeiro/2015:
04) R$ 4.272.780,94 – Correntina
05) Concurso 825 – Janeiro/2016:
05) R$ 3.695.224,57 – Eunápolis
06) Concurso 035 – Outubro/2008:
06) R$ 1.774.256,89 – Euclides da Cunha
07) Concurso 440 – Junho/2013:
07) R$ 164.711,44 – Riacho de Santana