Eles viajavam na primeira classe do
navio na fatídica noite de 14 para 15 de abril de 1912 quando o Titanic
naufragou após colidir com um iceberg. Duane era um advogado milionário da
Filadélfia, Estados Unidos, e seu filho, Richard, mais conhecido como Dick, era um famoso tenista norte-americano.
Após
salvarem o homem que estava trancado na cabine, pai e filho subiram ao convés
para buscar abrigo em um bote salva-vidas. Dick, o tenista, então com 21 anos,
pulou na água congelante. Foi seguido pelo pai, 30 anos mais velho. A ideia era
ir nadando até a embarcação mais próxima.
Quando olhou para trás, Dick viu uma
das chaminés do Titanic cair exatamente sobre o local onde o pai estava. Foi
tomado pelo desespero, que não amenizou nem quando já estava são e salvo em um
bote de resgate. Durante quase seis horas, Dick permaneceu com água na altura
dos joelhos, ouviu de um dos médicos na embarcação que teria de amputar as duas
pernas, dando o avançado grau de gangrena provocado pelo gelo.
Dick
recusou a amputação. E a história mostrou que ele tomou a decisão correta.
Quatro meses mais tarde, lá estava Dick Williams em quadra, totalmente
recuperado, para tornar-se campeão de simples do US Open.
Ele foi um dos maiores tenistas da
história.
Venceu
outras duas vezes o Grand Slam dos EUA e em Wimbledon, ambos nas duplas. Ao
lado de Hazel Wightman, atingiu o auge da carreira, quando faturou a medalha de
ouro nas duplas mistas nos Jogos de Paris-1924, última edição do torneio
olímpico de tênis antes de a modalidade ser excluída das Olimpíadas até
retornar em definitivo em Seul-1988.
Entrou para o hall da fama do tênis
em 1957, já aos 66 anos. Morreu 11 anos depois, na Filadélfia.
Durante
muito tempo, sua história permaneceu sem ser contada. Mas há quatro anos,
quando foram lembrados os 100 anos do naufrágio do Titanic, dois livros em
inglês foram lançados: “Titanic The Tennis Story”, de Lindsay Gibbs, e
“Starboard at Midnigt”, de Helen Behr.
Este último narra a história de Karl
e Helen Behr, avôs da autora do livro. Karl também era tenista, um dos cinco
desportistas a bordo do Titanic. Ele sobreviveu ao naufrágio e encontrou-se com
Dick Williams no bote salva-vidas, chamado Carpathia. Eles tornaram-se amigos e
até disputaram Copa Davis juntos pelos Estados Unidos.
Os
outros três desportistas no Titanic eram Dai Bowen e Leslie Williams,
pugilistas, Charles Eugene Williams, campeão do mundo de squash. Esses não
tiveram a mesma sorte de Karl Behr e Dick Williams e morreram no desastre. Dos
2.200 passageiros, apenas 700 sobreviveram para contar a história.