É preciso, sim, tomar sol! Pode parecer estranha essa afirmação em tempos de buraco na camada de ozônio e campanhas para se proteger do sol como forma de prevenção ao câncer de pele. Mas a verdade é que há indícios em todo o mundo de que as pessoas já apresentam déficits de vitamina D por falta de exposição solar. O alerta foi disparado por pesquisadores finlandeses no American Journal of Epidemiology: baixos índices de vitamina D estariam associados a maior incidência de derrame e outras doenças cardiovasculares em 5 mil voluntários, monitorados por 27 anos naquele país.
Mesmo no clima tropical do Brasil (aparentemente com menos risco para o problema do que a Finlândia) a discussão é pertinente: um estudo realizado com 603 funcionários do Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo) mostrou deficiências da vitamina tanto no fim do inverno quanto no término do verão. A falta de vitamina D está associada a vários problemas no organismo: déficit na fixação do cálcio nos ossos, hipertensão, diabetes, infecções e até aparecimento de alguns tipos de câncer. Uma das explicações mais aceitáveis para o aparecimento dessa deficiência de vitamina D nas populações é a pouca exposição ao sol – já que as pessoas passam boa parte do tempo em escritórios ou fechadas em apartamentos – e o baixo consumo de alimentos com boa oferta dessa substância.
A recomendação internacional para o nutriente é de 10 a 15 microgramas por dia, mas o brasileiro consome cinco vezes menos do que isso, de acordo com Marcelo de Medeiros Pinheiro, reumatologista da Unifesp.
A boa notícia é que dá para consertar o problema de forma relativamente simples: ingestão de alimentos como peixes oleosos e defumados, salmão e truta (bem leves e saudáveis) e sete minutos diários de exposição solar (salve os trópicos!). O sol é muito, muito importante nesse caso, pois a vitamina D, diferente das demais vitaminas, tem como forma biologicamente ativa um hormônio que se forma quando os raios solares atingem a pele.
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