Ou seja: desde o
Bing Bang, foi a única vez que ele ocorreu.
Só recentemente os cientistas descobriram o fato. E quando
constataram que o deslocamento se dera pouco antes das 18h de 17 de junho de
1970, vasculharam todo o noticiário do dia, de todos os países, para ver se
havia registro de algo diferente.
Espantaram-se ao ver
que, com a exatidão de nanossegundos, ou nanomilissegundos, o tremor
imperceptível, que deu uma ajeitadinha invisível no Universo, coincidia com o
momento em que Pelé girou o corpo e chutou a gol.
E mais: só conseguiram medir o deslocamento do eixo universal
mensurando a trajetória da bola – e viram que, sem que ninguém percebesse, ela
saiu de sua rota certeira uns nanomilímetros e foi pra fora em vez de ir para a
rede.
Os mesmos
nanomilímetros do deslocamento do Universo.
Além do espanto com grandiosa descoberta científica, os
cientistas catalogaram a coincidência entre os dois movimentos.
Nada ainda veio a
público – eu, hã-hã, tenho minhas fontes – por conta de uma grande polêmica que
divide a equipe de pesquisadores.
Terá o deslocamento infinitesimal do Universo sido a causa de o
chute não ter entrado? Ou terá o movimento de Pelé ao executar o drible e virar
o corpo em alta velocidade causado o movimento do Universo?
O pessoal que
defende a primeira tese só terá comprovação daqui a 13,7 bilhões de anos –
claro, se ainda houver alguma coisa nessas bandas do Universo. Já a turma da
segunda tese acha que, a qualquer momento, assim que algum atleta, de qualquer
esporte, realizar movimento igual àquele do Pelé, ocorrerá de novo o mesmo
deslocamento.
Cá entre nós: se a segunda tese estiver correta, sabem quando
isso vai acontecer?
Nunca.
(Texto de Luiz
Guilherme Piva, autor de “Eram
todos camisa dez”)