- Que otimismo!
Temos dificuldades para chegar ao centro da cidade com esse trânsito e você
sonha com Marte?
- Temos que pensar grande. Colocamos a lua no bolso em 1969, como manchetou um velho diário, e agora nosso desafio é Marte. A cápsula Orion já está a caminho.
- É muito mais difícil do que você imagina.
- Mas estamos dando os primeiros passos. Eu confio na Nasa. Logo teremos tripulação a bordo.
- Tudo bem. Vamos fazer um exercício bem improvável. Um terráqueo chega a Marte, lá encontra um marciano de filme de Hollywood, verde, com antenas e roupa prateada brilhante. O que diríamos a ele?
- Falaríamos sobre nosso planeta.
- E diríamos o quê? Que somos mais de 7 bilhões, que muitos ainda passam fome, que estamos destruindo o meio ambiente e dificultando nossa própria existência e que queremos colonizá-los porque achamos que nosso estilo de vida é o melhor?
- Que discurso de ecochato. Vamos tratar de coisas boas. Podemos falar a ele sobre o Brasil.
- Boa ideia. Teremos que arrumar um tradutor para o marcianês de termos como petrolão, corrupção e financiamento ilegal de campanha. Podemos falar também que algumas votações no Congresso ocorrem de madrugada e que os cidadãos são impedidos de assistir e de protestar contra manobras orçamentárias.
- Espera aí. Não é só isso que acontece no país. Esses assuntos são chatos para seres de qualquer órbita.
- Temos que pensar grande. Colocamos a lua no bolso em 1969, como manchetou um velho diário, e agora nosso desafio é Marte. A cápsula Orion já está a caminho.
- É muito mais difícil do que você imagina.
- Mas estamos dando os primeiros passos. Eu confio na Nasa. Logo teremos tripulação a bordo.
- Tudo bem. Vamos fazer um exercício bem improvável. Um terráqueo chega a Marte, lá encontra um marciano de filme de Hollywood, verde, com antenas e roupa prateada brilhante. O que diríamos a ele?
- Falaríamos sobre nosso planeta.
- E diríamos o quê? Que somos mais de 7 bilhões, que muitos ainda passam fome, que estamos destruindo o meio ambiente e dificultando nossa própria existência e que queremos colonizá-los porque achamos que nosso estilo de vida é o melhor?
- Que discurso de ecochato. Vamos tratar de coisas boas. Podemos falar a ele sobre o Brasil.
- Boa ideia. Teremos que arrumar um tradutor para o marcianês de termos como petrolão, corrupção e financiamento ilegal de campanha. Podemos falar também que algumas votações no Congresso ocorrem de madrugada e que os cidadãos são impedidos de assistir e de protestar contra manobras orçamentárias.
- Espera aí. Não é só isso que acontece no país. Esses assuntos são chatos para seres de qualquer órbita.
- Vamos, então,
tentar temas mais simples, mas que também bombam nas redes sociais. Podemos falar
para o marciano que uma modelo/apresentadora/ex-really-show/ex-vice-miss-bumbum
quase morreu porque injetou uma coisa chamada hidrogel no corpo para ampliar as
coxas e o bumbum, que já eram gigantes. Explicamos que isso é comum entre
fêmeas terráqueas da espécie mais evoluída (?!) do planeta.
- Você só consegue ver o lado negativo em tudo?
- Sou um produto do meio, expressão bem fora de moda. Meu pessimismo foi aumentado com aplicações de hidrogel, e meu otimismo está soterrado sob camadas e mais camadas de pré-sal.
- Você só consegue ver o lado negativo em tudo?
- Sou um produto do meio, expressão bem fora de moda. Meu pessimismo foi aumentado com aplicações de hidrogel, e meu otimismo está soterrado sob camadas e mais camadas de pré-sal.