23 dezembro 2015

Feliz Natal!

Um relógio de R$ 800,00 marca a mesma hora que um relógio de R$ 80,00.
Uma carteira de R$ 600,00 guarda o mesmo dinheiro que uma carteira de R$ 60,00.
Você pode viajar em uma moto de 1200cc ou numa de 125cc e, se tiver força de vontade, as duas podem te levar ao mesmo destino.
E a solidão em uma mansão de 900 metros quadrados é a mesma em uma casinha de dois cômodos.
Um dia, você se dá conta que sua felicidade não vem das coisas materiais, e sim, da alegria que sentes por estar vivo, ter uma vida útil e poder compartilhar, falar, rir, sonhar e cantar com quem você quiser.
Feliz Natal!
Saúde e Paz para todos em 2016!

20 dezembro 2015

Tubarão Branco

O fotógrafo brasileiro Daniel Botelho já havia mergulhado ao lado de tubarões-brancos no México e na África do Sul. No mês passado, conseguiu realizar um sonho antigo de voltar ao país africano e clicar o animal fora d’água, em ação predatória. Ele passou três meses em Gansbaai, a 150 km da Cidade do Cabo, e registrou os animais atacando focas e réplicas usadas para atrair os predadores no "Shark Alley", corredor lar de tubarões entre uma ilha e uma grande pedra a cerca de 5 km da costa.
As fotos feitas a partir de diferentes ângulos do ataque mostram que, ao avançar sobre a presa, o tubarão projeta seu corpo de mais de uma tonelada totalmente para fora da água.

18 dezembro 2015

Calhambeque

A "Arapuca do Brucutu" é um carro feito na oficina do Tião Mosquito, em Visconde de Mauá (RJ). O carro foi construído sobre um chassi de Fusca e leva vários acessórios como caveira, gaiola para hamster, alguns cataventos que giram quando o carro está ligado, bonecos, mãozinha que dá tchau e até um fogareiro onde o Tião Mosquito prepara pipocas nas festas infantis da região.

16 dezembro 2015

Firma FC

Todo ano tinha pancadaria, às vezes o jogo nem acabava, mas todo ano tinha jogo de novo – em dezembro, pra confraternização da fábrica, juntando gerentes, supervisores, operários, faxineiros, motoristas, vigias e até um ou outro diretor mais corajoso ou otimista.
Muitos ficavam meses sem se falar. Teve quem pediu demissão e quem foi demitido. Suspensões e férias forçadas. Só aos poucos, com os meses se repetindo, se restabelecia o clima.
E vinha dezembro, vinha o jogo e vinha a pancadaria.
Talvez fossem rusgas acumuladas por pequenos atritos ao longo do ano, talvez fosse pela bebida que jorrava antes e durante o jogo, ou ainda pela tensão classista entre os diferentes salários e postos de trabalho.
Começava com dois ou três, envolvia os próximos ao lance, agrupava os mais amigos entre si, e em poucos minutos titulares, reservas e os que só iam assistir se engalfinhavam em socos, agarrões, rasteiras e gravatas e só paravam por exaustão ou ferimentos mais graves.
Este ano o dono chamou todo mundo. Disse que não haveria jogo. Que a empresa é de todos e que eles formam uma família. Que futebol é esporte de confraternização. Que fim de ano é para renovação de esperanças. E que, depois de tantos anos de brigas, ele decidiu acabar com a tradição do futebol da empresa.
Mas o que se comentou entre os funcionários é que, na verdade, com a crise e as demissões, não daria pra alugar campo, comprar bebidas e petiscos e mal e mal daria pra formar dois times com os que sobraram.
Muitos não se conformaram. Procuraram o dono e propuseram terceirizar uma parte dos jogadores – no caso, convidar conhecidos e parentes. Disseram que rachariam as despesas com o campo e a comida e que não haveria bebida.
E que todos, gerentes, supervisores, operários, faxineiros, motoristas, vigias e diretores, se comportariam.
O jogo foi ontem à noite.
E, claro, quebrou o maior pau.
Que é, no fundo, o que eles queriam.
O futebol é só um ensejo para a tradição que eles de fato apreciam e fazem questão de manter.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

14 dezembro 2015

Ajeru Desbocado

Um homem comprou um papagaio, mas quando chegou em casa foi aquela decepção.
O ajeru resmungava, reclamava e xingava o dia inteiro.
O dono tentou amansar o louro, lendo poesia, tocando música clássica, mas não teve jeito.
Passou a gritar, bater, ameaçar, mas o papagaio ficava pior e pior.
Num momento de fúria, o dono pegou o louro e jogou dentro do freezer.
O papagaio começou a xingar de tudo quanto era nome, mas subitamente, menos de 20 segundos depois, calou-se sem terminar o último palavrão.
Pensando ter matado a ave indecente, o dono abriu a porta do freezer e o louro começou o discurso:
- Sei que meu linguajar tem sido mais do que inapropriado a este ambiente familiar e que minha atitude não condiz com a atenção que o senhor tem me dado. Gostaria de apresentar minhas sinceras desculpas e colocar que daqui em diante me portarei adequadamente.
- Isso é bom mesmo! - retruca o dono.
E o louro, quase chorando perguntou:
- Só por curiosidade, o que foi que o frango fez?

12 dezembro 2015

Hoje é Sábado

Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.
(Texto de Vinícius de Moraes)

09 dezembro 2015

Negro Amor

Vá, se mande, junte tudo que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada negro amor
A estrada é pra você e o jogo e a indecência
Junte tudo que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha maluquice em seu lençol
Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada negro amor
Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores, e agora?
Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada negro amor
As pedras do caminho deixe para trás
Esqueça os mortos que eles não levantam mais
O vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada negro amor...

07 dezembro 2015

Maiores Rendas

00 Maiores Rendas do Futebol Brasileiro:
01 24/07/2013 – Mineirão
01 Atlético-MG 2x0 Olimpia-PAR
01 Renda: R$ 14.176.146,00
01 Público: 56.557
02 27/11/2013 – Maracanã
02 Flamengo 2x0 Atlético-PR
02 Renda: R$ 9.733.735,00
02 Público: 59.991
03 02/06/2013 – Maracanã
03 Brasil 2x2 Inglaterra
03 Renda: R$ 8.630.430,00
03 Público: 57.280
04 26/05/2013 – Mané Garrincha
04 Santos 0x0 Flamengo
04 Renda: R$ 6.948.710,00
04 Público: 63.511
05 09/06/2013 – Arena do Grêmio
05 Brasil 3x0 França
05 Renda: R$ 6.833.515,00
05 Público: 51.643
06 18/06/2008 – Mineirão
06 Brasil 0x0 Argentina
06 Renda: R$ 6.605.255,00
06 Público: 52.527
07 23/07/2014 – Mineirão
07 Atlético-MG 4x3 Lanús-ARG
07 Renda: R$ 5.732.930,00
07 Público: 54.786
08 02/12/2015 – Allianz Parque
08 Palmeiras 2x1 Santos
08 Renda: R$ 5.336.631,00
08 Público: 39.660
09 10/11/2013 – Mineirão
09 Cruzeiro 3x0 Grêmio
09 Renda: R$ 5.231.711,00
09 Público: 56.854
10 20/11/2014 – Allianz Parque
10 Palmeiras 0x2 Sport
10 Renda: R$ 4.915.885,00
10 Público: 35.939

05 dezembro 2015

De Corpo e Alma

Tinha, diziam, o diabo no corpo.
Não só pelos dribles, pela velocidade, pelos gols e pela garra em campo.
Mas também pelas farras e bebedeiras intermináveis.
No começo, era jogador comum, toquinhos, alguns chutes, muitas vezes na reserva, raríssimos gols.
Na vida, a mesma coisa: balconista, casa, banho, TV e cama.
Foi aos poucos que mudou. Melhorando em campo, piorando fora. Todos perceberam as diferenças.
Mas começaram mesmo a dizer que o diabo se apossara dele no domingo em que fez cinco gols, fora os lances de abrir a boca, e foi expulso depois de sair no braço com meio time adversário.
E sumiu. Foi achado segunda-feira na zona, bêbado.
Largou a pensão em que morava sozinho. Saiu da loja. Só bares e zona, gastando os bichos que garantia aos domingos.
Daí pra frente, só isso: o diabo em campo e na rua, e ninguém nunca se atreveu a perguntar nada, a aconselhar, conversar.
Muitos beques tentaram quebrá-lo. Mas ele escapava e dava risada alta na cara deles. Mesmo quando o acertavam, ele logo estava de pé, correndo mais do que todos.
Fazendo gols, garantindo o bicho.
E torrando tudo a semana inteira com bebida e mulheres.
Foi virando lenda. Metendo medo.
A tese de que vendera a alma cresceu.
Uns, em campo e na rua, diziam ter vislumbrado chifres na sua cabeça ou sentido seu bafo de enxofre.
Muita gente se benzia ao vê-lo.
Não se sabe se morreu ou se partiu. Nunca mais foi visto.
Até hoje, porém, há quem jure, em arrepios, na zona e no campo, que às vezes o vê, gargalhando, correndo com a bola no meio do jogo ou bebendo e dançando no meio do salão.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

03 dezembro 2015

Sossego da Bola

Sujo, barbudo, rasgado, em meio a latas, trapos, cheiros.
No saco de plástico, papéis, restos de lixo, objetos inúteis.
E uma bola rota.
Que, à noite, ele tirava do saco, alisava, cheirava, punha debaixo do pé, levantava e controlava em embaixadinhas macias por minutos sem fim.
Depois de guardar a bola é que ele se deitava e dormia nos papelões e panos imundos.
Nunca pedia nada. A comida era dada, ou faltava, espontaneamente.
Só a bola. Sempre que uma furava, ele, em abstinência, insistia fortemente com passantes, lojistas e moradores.
Até ganhar outra.
E voltar pro seu sossego.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

01 dezembro 2015

Abespinhado

Sinônimos de abespinhado: bravo, agastado, agoniado, amofinado, encolerizado, enfadado, enraivecido, espinhado, estomagado, indignado, indisposto, iracundo, irritado, raivoso, zangado, encrespado, corrugado, crespo, encapelado, encarapinhado, enrugado, eriçado, frisado, aceso, acirrado, alterado, assado, assomado, azedado, enervado, enfezado, furioso, nervoso, revoltado, assanhado, danado, desadorado, abominado, desesperado, encanzinado, enfurecido, feroz, furibundo, sanhoso, violento, abodegado, acrimonioso, amuado, bicudo, embezerrado, embuchado, encavacado, escamado, irado, mal-humorado, marfado, piroca, queimado, trombudo, irritadiço, azougado, aquecido, irritável, zangadiço, exasperado, agastadiço, enraivado, colérico, escabreado, enviperado, sanhudo, irascível, genioso, atrabiliário, enfuriado, abespinhável, espumante, assomadiço, iroso, embravecido, assanhadiço, raivento, etc, etc.