25 março 2017

Money

O dinheiro compra a casa mas não te dá o lar, compra a cama mas não te dá o sono, compra o livro mas não te dá a sabedoria, compra o crucifixo de ouro mas não te dá a fé.
#

19 março 2017

Goleadores

Brasileiros com mais gols na Liga dos Campeões:
01º) Kaká (30 gols em 86 jogos)
02º) Rivaldo (27 gols em 73 jogos)
03º) Jardel (25 gols em 46 jogos)
04º) Élber (24 gols em 69 jogos)
05º) Neymar (21 gols em 38 jogos)
06º) Luiz Adriano (20 gols em 41 jogos)
07º) Ronaldinho Gaúcho (18 gols em 47 jogos)
08º) Juninho Pernambucano (18 gols em 58 jogos)
09º) Hulk (17 gols em 50 jogos)
10º) Romário (16 gols em 26 jogos)
#

17 março 2017

15 março 2017

Estrela de Belém

A missa corria tranquila na Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Brasília.
Padre Valdinei fala da Estrela de Belém em sua homilia. Após explicar que foi ela que anunciou o nascimento de Jesus aos Três Reis Magos, e posteriormente os guiou até Belém, Pe. Valdinei pergunta aos seus contritos fiéis:
- Depois de levar os Três Reis Magos até o local de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, vocês sabem onde foi parar a Estrela de Belém?!
Silêncio no recinto...  Pe. Valdinei insiste:
- Sabem ou não?!
- Não!!! - respondem os fiéis em uníssono.
- Ela foi indo... foi indo... foi indo... foi indo... e depois de muito viajar se alojou no escudo do meu glorioso Botafogo!
Depois da fantástica e lúdica explicação, Pe. Valdinei terminou sua genial e surrealista homilia com seus fiéis entre incrédulos e atônitos, mas sorrindo com a verve de seu alvinegro pároco.
3

13 março 2017

Perdido de Amor

Perdido de Amor
(Edson Gomes)
Fiquei louco de amor
Vem me namorar girl
Estou perdido de amor
Vem me namorar céu
Preciso segurar essa onda
Que quer me afogar
Preciso segurar essa onda
Que quer me afogar
Foi no beijo que a morena me deu
Foi no beijo que a morena me deu
Foi esse beijo que aconteceu
No abraço que a morena me deu
Foi no abraço que a morena me deu
Foi esse abraço que aconteceu
Menina bacana que rola na cama, me namora
Me namora, me namora,
Me namora, me namora...
Fiquei louco de amor
Vem me namorar girl
Estou perdido de amor
Vem me namorar céu

11 março 2017

Viagem Curta

Mensagem colocada pelos colombianos no Morro El Gordo, em La Unión, um distrito fazendeiro a cerca de 30 quilômetros de Rio Negro, em direção paralela à estrada que leva a Medellín, local da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense:
"A viagem é muito curta. Se cada um de nós compreendêssemos que nosso tempo aqui é tão curto; que obscurece-lo com brigas, argumentos inúteis, não perdoar aos demais, o descontentamento e uma atitude de revisão seria uma perda de tempo e energia.
Alguém quebrou seu coração? Fique tranquilo, a viagem é muito curta.
Alguém te traiu, te intimidou, enganou ou humilhou? Tranquilize-se, perdoe, a viagem é muito curta.
Qualquer que sejam os problemas que alguém nos traga, lembremos que nossa viagem juntos é muito curta.
Ninguém sabe a duração desta viagem. Ninguém sabe quando chegará sua parada. Nossa viagem juntos é muito curta.
Vamos apreciar os amigos e familiares.
Sejamos respeitosos, amáveis e perdoemos um ao outro. Sejamos cheios de gratidão e alegria.
Se alguma vez te chateei, peço perdão. Se alguma vez tiver me ferido, já tem o meu perdão.
Apesar de tudo, nossa viagem juntos é muito curta!"

09 março 2017

Rumo à Goiânia

Rumo à Goiânia
(Leandro & Leonardo)
É noite o carro está rugindo parecendo fera
Voando baixo em Campinas na via Anhanguera
Já estou vendo ao longe a linda e doce Ribeirão
Toda iluminada feito um céu no chão
Na noite azulada de uma primavera
A saudade já não cabe no meu coração
Grudadas como faz na estrada os pneus no chão
Uberaba e Uberlândia já deixei pra trás
Em Itumbiara entrando em Goiás
Quase que eu decolo feito um avião
Heeeei, Goiânia!
Não deu pra segurar a barra, então eu voltei!
Heeeei, Goiânia!
Avisa aqueles olhos lindos que eu já cheguei!
Esses olhos reluzentes que eu busco agora
Se me chamam com desejo pra mim não tem hora
É por isso que eu ando em alta rotação
Feito um asteroide na escuridão
O motor do carro parece que chora
O Sol agora está nascendo, está chegando o dia
Mas sei que valeu a pena tanta correria
Eu quero estar nos braços dela daqui a pouquinho
Pois passei a noite voando sozinho
Dentro desse carro pela rodovia
Heeeei, Goiânia!
Não deu pra segurar a barra, então eu voltei!
Heeeei, Goiânia!
Avisa aqueles olhos lindos que eu já cheguei!

07 março 2017

Equívoco

Tudo foi um grande equívoco. Aquela cidade, aquele time, a posição e, mais do que tudo, a profissão: com que diabos ele veio a ser jogador de futebol? Lateral-esquerdo? E naquele fim de mundo, num time que perde muito mais do que vence?
Sempre tenta refazer o percurso que o levou a tudo isso. Jogava mais por diversão (de centroavante!), queria mesmo era continuar na escola, ter um ofício – eletricista, ou relojoeiro, ou contador –, montar um negócio, seguir a vida.
Mas algo ocorreu em algum momento. Ele não sabe quando nem o quê. Foi rápido. Seria só por um tempo. Porém, foi tudo ganhando volume, velocidade, duração, inconsciência e, num estalo, ali está ele, no uniforme roto, no campo esfarelado, correndo atrás da bola sem saber por quê.
Não era nada disso.
Seria outra sua história.
A casinha branca, a mesa com toalha de xadrezinho, a jarra de água em forma de abacaxi, a cortina no vitrô, o porta-retratos no aparador de fórmica, o suor na aliança, o banho, o pão partido com as mãos e picado na sopa, o guaraná e o brinde de “saúde!” com a mulher e os filhos de cabelo penteado.
Jornal, novela, um cigarro na varanda e a cama.
Aí sim, poderia sonhar que era lateral-esquerdo num time do interior e que corria atrás da bola, ralando a perna, frustrando-se, amargando as derrotas – só para acordar aliviado, olhar a esposa, o ventilador, os chinelos, o copo d’água, ouvir o cachorro no quintal e o rangido da correntinha do xaxim e ter a certeza de que era feliz, de que fizera a escolha certa.
Mas lá vem a bola dividida, o cotovelo na altura do gogó, a poeira nas narinas – e a sola do adversário na canela o arranca do devaneio.
Isso poderia ser só um pesadelo do qual ele despertasse.
Mas é a sua vida.
Um equívoco total, infelizmente.
Mas é isso mesmo: um equívoco é o que é a sua vida.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)
#

05 março 2017

Final de Carreira

Nas entradas e nas cãs já se nota. Um pouco de barriga também. Tem que apertar os olhos pra ver o gol adversário. A mobilidade é pequena.
Mas tem a técnica. O toque. O imprevisto que desmantela o ferrolho, percorre a picada, invade a clareira e põe os companheiros na cara do gol.
Só que já está cansado. Quer parar. Executa seus números como o profissional no teatro mambembe, de cor, sem o ímpeto infantil que o fez tornar-se adulto naquele ofício.
A categoria com que amacia e movimenta a bola intimida os que cogitam criticá-lo por não correr, não marcar, por jogar tão calado.
Às vezes até ensaia-se um apupo.
Mas eis o passe de mágica – e a muralha à sua frente se esfumaça. O milagre do centroavante livre na área. Palmas, gritos, espanto.
Nos bastidores, depois dos jogos, sua, respira forte. Não quer mais seguir.
Mas é no palco, aliás, no campo velho e esburacado, com os mesmos truques, aliás, lances, que consegue o almoço e a janta.
O pior é olhar pra frente: mesmo não podendo, sabe que mais um pouco vai ter que parar.
O horizonte é claro: nada se vê.
E não adianta apertar os olhos.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

03 março 2017

Saudade

Saudade de Minha Terra
(Compositores: Goiá e Belmonte)
De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão eu quero voltar
Ver a madrugada quando a passarada
Fazendo alvorada começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando o estradão, saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá
Por Nossa Senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado
Essa nova vida aqui na cidade
De tanta saudade eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu vivo com pena, mas essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado
Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança daquela festança
Onde tinha dança e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia mas também me ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas
Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Essa madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

01 março 2017

Terça-Feira Gorda

Não tinha outra data. Quando combinamos não sabíamos que cairia no Carnaval. Não tem jeito: se cancelar paga multa pesada. É mesmo, é muito ruim. Mas acontece.
Foi o que disseram em casa. Tinha torneio no outro estado, 600 quilômetros, na roça, nem celular pega lá, ônibus já alugado e tudo. Hospedagem reservada, tinham que ir.
Mas era farra, óbvio. E pesada. Numa fazenda mais ou menos perto. Bebidas, mulheres, churrasco, batuque, e até um campinho de pelada pra se distraírem – mas que bola que nada!
Sexta à noite, sábado o dia todo, domingo direto, segunda no embalo, mas na terça estavam acabados. Não aguentavam mais.
Para desopilar os excessos, alguns foram para o campinho, começaram a tocar a bola, os outros vieram, formaram os times de dentro e de fora e engataram as peladas.
A outra turma da festa estranhou. As mulheres também. Carne sobrando, bebida congelando, o pessoal do samba com os instrumentos encostados. O clima ficou estranho. Foram lá tirar satisfação. História é essa de futebol? Ano inteiro é isso, agora é Carnaval!
Eles nem aí. Já era quase meio-dia. Os rachas estavam esquentando. Cada um jogando mais do que se fosse campeonato. Só paravam pra água e pro xixi.
O organizador – alugou a fazenda, comprou tudo, arranjou as companhias e os sambistas, preparou o churrasco – se alterou. Entrou em campo, pegou a bola e enfiou-lhe a faca. O chiado dela se esvaziando diante dos olhos e suores e respirações e bocas abertas dos jogadores era como o de uma cobra invisível no meio do mato: de espanto e medo, ninguém se mexia.
Com a faca na mão e o couro murcho debaixo do braço, proclamou: “futebol é futebol, sacanagem é sacanagem! Aqui ninguém vai avacalhar!”.
Concordaram. Ele tinha razão.
E assim foi que esticaram a folia também na terça gorda.
Em respeito ao regulamento.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)