25 fevereiro 2016

Adeus Mariana

Adeus Mariana
= (Sérgio Reis)
= Nasci lá na cidade, me casei na serra
= Com a minha Mariana, moça lá de fora
= Um dia estranhei o carinho dela
= Disse: adeus Mariana, que eu já vou embora
É gaúcha de verdade de quatro costados
Só usa chapéu grande de bombacha e espora
E eu que estava vendo o caso complicado
Disse: adeus Mariana, que eu já vou embora
= Nem bem "rompemo" o dia, me tirou da cama
= Celou o meu tordilho e saiu campo a fora
= E eu fiquei danado e saí dizendo:
= Adeus Mariana, que eu já vou embora
Ela não disse nada, mas ficou sismando
Se era desta vez que eu daria o fora
Segurou a açoiteira e veio contra mim
Eu disse: larga Mariana que eu não vou embora
= E ela de zangada foi quebrando tudo
= Pegou a minha roupa e jogou porta a fora
= Agarrei, fiz uma trouxa e saí dizendo:
= Adeus Mariana, que eu já vou embora.

21 fevereiro 2016

Vida Boa


== Vida Boa
;.== (Victor e Leo)
Moro num lugar
Numa casinha inocente do sertão
De fogo baixo aceso no fogão
Fogão à lenha
== Tenho tudo aqui
== Umas vaquinha leiteira
== Um burro bão
== Uma baixada ribeira
== E um violão e umas galinha
Tenho no quintal uns pés de fruta e de flor
E no meu peito por amor
Plantei alguém
== Que vida boa, que vida boa
== Sapo caiu na lagoa
== Sou eu no caminho do meu sertão
Vez e outra vou
Na venda do vilarejo pra comprar
Sal grosso, cravo e outras coisa que faltar
Marvada pinga
== Pego o meu burrão
== Faço na estrada a poeira levantar
== Qualquer tristeza que for não vai passar
== Do mata-burro
Galopando vou
Depois da curva tem alguém
Que chamo sempre de meu bem
A me esperar
== Que vida boa, que vida boa
== Sapo caiu na lagoa
== Sou eu no caminho do meu sertão
#

18 fevereiro 2016

Raul Seixas

Vale mais ser um louco por vontade própria 
que um escravo por vontade de outrem.”

15 fevereiro 2016

U2 no Metrô

O mundialmente conhecido grupo U2 organizou uma surpresa especial para os passageiros do metrô de Nova York.
Disfarçados de artistas de rua, eles começam a tocar I Still Haven’t Found What I’m Looking For.

13 fevereiro 2016

Êxtase

Êxtase
(Guilherme Arantes)
Eu nem sonhava
Te amar desse jeito
Hoje nasceu novo sol
No meu peito...
Quero acordar
Te sentindo ao meu lado
Viver o
êxtase de ser amado
Espero que a música
Que eu canto agora
Possa expressar
O meu súbito amor...
Com sua ajuda
Tranquila e serena
Vou aprendendo
Que amar vale a pena...
Que essa amizade
É tão gratificante
Que esse diálogo
É muito importante...

Espero que a música
Que eu canto agora
Possa expressar
O meu súbito amor...
Eu nem sonhava
Te amar desse jeito...

11 fevereiro 2016

Chapéu de Credibilidade

Toda a sociedade contemporânea está sendo sacudida com as mudanças tecnológicas. É verdade que esse não é um fenômeno novo na história da humanidade, mas nunca foi tão intenso nem provocou tanto tremor nas estruturas existentes. Ele coincide com as mudanças do sistema capitalista. Sua expressão política, a globalização, atingiu o mundo todo com a queda da União Soviética, seus satélites e a adesão da China, que era comunista. Hoje, ela tem bolsa de valores, bilionários, trabalho assalariado, grandes marcas de consumo globais e se estrutura como a segunda maior economia do planeta.
Todos participam do World Economic Forum, a peregrinação anual de gestores, acionistas, governantes, simpatizantes ao templo do capital. A discussão das ideias e apresentações ganhou maior visibilidade graças a essa mesma tecnologia. Em vez de estar hermética em poucos espaços de divulgação, as múltiplas plataformas, abertas na era da internet, ativam o debate público, e acelera a discussão desses e outros temas da atualidade. Acentua a fiscalização do exercício do poder. Com isso, caiu o poder de alguns veículos e jornalistas que concentravam a maior parte das informações. Houve uma democratização do conhecimento do que se passa no mundo. Essas mudanças são turbinadas com o desenvolvimento de uma sociedade de custo marginal próximo de zero e representa o trunfo máximo do capitalismo.
Cabe ao público selecionar no cipoal digital o que quer ler e se inteirar. Está tudo à sua disposição. Supor que ele só aceita a última fofoca publicada no Facebook é uma distorção e subestimar o seu espírito crítico. O papel de watchdog do Estado deixou de pertencer a uma oligarquia e se abriu para os cidadãos com ou sem um diploma de jornalista. Há uma verdadeira matilha. Há mesmo um questionamento radical constante por parte do público, o que incomoda tanto os fiscalizados como aqueles que se sentem acompanhados do interesse de tantos cidadãos nas questões públicas. O fato das empresas jornalísticas viverem uma crise no seu modelo de negócio, mesmo com a demissão de jornalistas, mostra que invariavelmente avanços tecnológicos quebram monopólio de mercado.
O direito de ser informado ganhou uma nova dimensão com a profusão de fontes e dos compartilhamentos digitais inexistentes até então. O mundo não corre o risco de ver oligopólios, como no passado, de manipular, esconder ou plantar informações falsas. Há muitos mais fiscais de plantão. E com isso a quebra de paradigmas, que segundo Thomas Kuhn é um sistema de crenças e hipóteses que atuam juntas para estabelecer uma visão integrada e unificada do mundo, tão convincente e atraente que é considerada um equivalente da realidade propriamente dita.
No novo campo da informação vai sobreviver quem tiver um chapéu de credibilidade. Não importa se é um grande conglomerado de mídia ou um simples blog pessoal. O público vai continuar julgando pela qualidade jornalística em qualquer plataforma. Não se sabe mais onde estão os acionistas dos grandes veículos que eram contatados para segurar uma notícia ou mudar o rumo de uma investigação jornalística. É verdade que ocorre no meio o que Keynes chamou de desemprego tecnológico. Ou seja, devido ao fato de novas descobertas de meios para economizar o uso da mão de obra supera o ritmo em que encontramos novos usos para essa mão de obra.
O número de postos de trabalho nas redações encolheu sensivelmente, o que provoca o temor que a qualidade do jornalismo necessariamente também caiu. É uma leitura enganosa. O público busca as marcas e nomes apoiados na credibilidade e na ética. Não acredita em qualquer boato ou rumor publicado não se sabe por quem ou mesmo compartilhado entre os amigos. Invariavelmente, ele vai confirmar nas fontes e veículos que ao longo dos anos construíram na sua percepção o compromisso com a verdade.
(Texto do jornalista Heródoto Barbeiro)

09 fevereiro 2016

07 fevereiro 2016

Arrependimento

Sempre uma desculpa. “Furou o pneu da bicicleta”, “a fila estava muito grande”, “o cliente demorou a me atender”, “foi difícil achar o endereço”, “ninguém sabia quem era o cara”.
Mas era a pelada.
Ele saía pra fazer cobrança e não resistia. Via um campinho, um espaço qualquer em que jogavam bola, e logo parava a bicicleta, amarrava a pastinha de notas no bagageiro e entrava no jogo. No mínimo uma hora.
Chegar suado era normal: rodava a cidade pedalando. O lote grande de cobranças também justificava alguma demora.
Mas os atrasos estavam aumentando. As desculpas se repetindo. E o pior: os resultados das cobranças eram baixos, quase nulos.
Da última vez voltou só à noite. A firma já estava fechada. De manhã o chefe o chamou pra demiti-lo.
Ele abriu o jogo.
Era um campinho lindo, num bairro que ele não conhecia. Grama natural, bica do lado, traves de bambu com travessão, farrapos de rede, sombra farta, bola nova, molecada boa de bola, faltava um pra inteirar – ele não poderia impedir o jogo.
E mais, chefe, foi um jogaço! Escurecendo, empatado em oito a oito. Quem fizesse ganhava.
Não podia parar. Questão de honra. Ninguém enxergava mais nada, mas nem pensava em parar.
E eu fiz o gol decisivo!
Foi uma festa! Abraços, sanduíches, guaraná, risos encharcados de suor, todo mundo junto, dos dois times.
Mas o senhor está certo.
Onde eu assino?
O chefe se levantou, rodou a sala com as mãos nas costas. Entregou a ele o papel para que assinasse. Recolheu a pastinha com as cobranças – nenhum recebimento, como sempre.
Sozinho na sala, sentiu dó do garoto; pensou que a demissão era um castigo exagerado.
Mas disse para si mesmo que a vida é dura.
Que a gente precisa aprender na dor e na perda.
E fingiu que estava coberto de razão.
Mas estava arrasado.
Queria largar tudo e correr pro campinho.
Chamar o garoto para ir com ele.
Chupar manga, lavar o rosto na bica, comer pão com mortadela e, acima de tudo, jogar bola livre, sem regras, sem hora, até anoitecer.
Isso foi há muito tempo.
Ele ficou mais maduro, mais velho.
E até hoje carrega o pesar em algum nó dolorido na alma.
Mas finge que não sente.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

05 fevereiro 2016

03 fevereiro 2016

Tímida

Lábios com sabor de hortelã
Olhos cor de céu, pele de maçã
Sonho de mulher, se descobriu
Vive uma ilusão que ainda não sentiu
Uh! Uh!
O primeiro amor chegou
Uma nova luz brilhou
Ela se encontrou nesse sonho meu
Oh! Oh! Oh! Tímida!
Um beijo tímido ao luar
Mágica!
A simples mágica de amar
Se despiu da fantasia
Se vestiu de amor
Oh! Oh! Oh! Tímida!
Um beijo tímido ao luar
Mágica!
A simples mágica de amar
Se despiu da fantasia
Me vestiu no sonho desse amor.

01 fevereiro 2016

Sonhos de Menina

Sonhos de Menina:
Um deslumbrante vestido tomara que caia;
Uma calcinha de renda tomara que tirem;
Um sutiã meia-taça tomara que sustente;
Um absorvente tomara que dê conta;
Uma meia-calça tomara que não desfie;
Uma celulite tomara que não percebam;
Um namorado tomara que me ligue;
Um amante tomara que não negue fogo;
E um marido milionário tomara que morra.